Considerações estratégicas

Portanto, a finalidade do LNA é o fomento da astronomia observacional brasileira. Considerando que esta abrange uma grande quantidade de pesquisadores e grupos em muitas universidades e instituições de pesquisa, bastante diversas em termos de capacidades, desde institutos fortes e de longa tradição até pequenos grupos emergentes, o LNA é basicamente uma instituição de serviço para a comunidade inteira. De fato, o LNA, se não foi criado como tal, logo se desenvolveu em núcleo para formação de recursos humanos na área de astronomia, contribuindo, desta forma, significativamente, ao crescimento fulminante que a astronomia brasileira conseguiu realizar nos últimos 20 anos.

De que forma o LNA fomenta a astronomia observacional brasileira? De certa forma a missão já especifica como isso deveria ser feito. Na luz da situação atual pode-se interpretar as diretrizes da missão da maneira seguinte:

... os meios e a infra-estrutura...

Evidentemente, esses termos incluem em primeiro plano telescópios e instrumentos periféricos, tanto quanto o ambiente em que eles trabalham, quer dizer observatórios. Mas não se esgotam com isso. Também incluem laboratórios para manutenção e desenvolvimento de instrumentos e tarefas abstratas como gerenciamento e administração dos interesses nacionais na área (p.ex. atualmente o gerenciamento dos Projetos Gemini e SOAR em nível nacional e o forte envolvimento do LNA no Instituto do Milênio MEGALIT). O LNA precisa trabalhar junto com a comunidade para identificar e seguir tais interesses.

planejar os meios e a infra-estrutura

Para garantir à comunidade acesso contínuo a meios e infra-estrutura astronômica competitiva, precisa-se observar continuamente o desenvolvimento tecnológico e científico na área, e elaborar planos estratégicos de longo e médio prazo visando realizar projetos prometedores para manter e elevar a competitividade, considerando de forma realista os limites das capacidades técnicas e econômicas do país, tentando ao mesmo tempo estender estes limites.

prover os meios e a infra-estrutura

O passo lógico depois do planejamento é a realização dos planos. Com a construção dos telescópios Gemini concluído e do SOAR bem encaminhado, a atenção deve concentrar-se agora na construção de instrumentos periféricos competitivos para estes telescópios, sem perder de vista o aperfeiçoamento e a eventual substituição dos instrumentos do Observatório do Pico dos Dias (OPD), e possíveis desenvolvimentos de interesse para toda a comunidade além do Gemini e SOAR. Com a instalação de um laboratório de manuseio de fibras ópticas e a construção do instrumento SIFUS (SOAR Integral Field Unit Spectrograph) iniciado, o LNA deu o primeiro passo para um fortalecimento decisivo na área de instrumentação astronômica no país. Mais passos devem ser seguidos para tornar o LNA em centro reconhecido internacionalmente na área.

operar os meios e a infra-estrutura

Dentro dos projetos internacionais, o LNA age como gerenciador dos projetos no país e como interface entre os projetos e a comunidade astronômica brasileira. Enquanto isso, são as tarefas administrativas que merecem um certo cuidado para garantir o melhor retorno científico dos projetos para a comunidade, sem dúvida, a operação eficiente do OPD é um desafio imediato maior. Precisa-se garantir a maior eficácia para o uso dos telescópios e instrumentos periféricos, beneficiando os cientistas usuários do OPD através de um bom planejamento dos recursos, da manutenção cuidadosa dos instrumentos e dos parâmetros ambientais para observações, de uma logística adequada e da competência técnica dos operadores do OPD.

... de forma cooperada...

Sendo o LNA uma instituição que serve à comunidade astronômica de todo o país, é indispensável uma boa interação com a comunidade para identificar seus interesses e necessidades, tanto quanto uma cooperação íntima para realizar projetos infra-estruturais para benefício de todos. Por isso, o LNA deve incentivar a colaboração das universidades e instituições usuárias para definir e concretizar o planejamento e a execução de projetos instrumentais e outros projetos/medidas de interesse nacional na área.