A Astrofísica é uma ciência de fronteira,
não somente devido às perguntas científicas
que estendem os limites do conhecimento, mas também
ao desenvolvimento da instrumentação necessária
para superar as barreiras que encontramos ao observar os objetos
celestes mais distantes no universo. O Brasil tornou-se
parceiro de dois grandes projetos internacionais: Observatório
Gemini em 1993 e SOAR (SOuthern Astrophysical Research telescope)
em 1995. O telescópio Gemini Norte foi inaugurado em
junho de 1999 e o Gemini Sul, em janeiro de 2002. O telescópio
SOAR terá sua primeira luz em meados de abril de 2004.
Os telescópios Gemini e SOAR permitirão observações
nos comprimentos de onda ultravioleta até o infravermelho
médio, as quais nos proporcionarão uma perspectiva do
Universo totalmente diferente do ponto de vista observacional,
e a confirmação de modelos astrofísicos
teóricos.
O Observatório Gemini possui dois telescópios
de 8m de diâmetro, situados no Havaí e no Chile.
Cada parceiro internacional tem direito de uso proporcional
ao seu aporte financeiro: Brasil (2.5%), EUA (50%), Reino
Unido (25%), Canadá (15%), Austrália (5%) e
Argentina (2.5%).
O telescópio SOAR possui diâmetro de 4.2m e está
instalado na mesma montanha (Cerro Pachón) que o telescópio
Gemini Sul e é um consórcio entre o Brasil (33%),
National Optical Astronomy Observatories - NOAO (33%), University
of North Carolina - UNC (16.5%) e Michigan State University
- MSU (16.5%).
O Brasil é representado pela agência CNPq do
Ministério da Ciência e Tecnologia e o LNA é
a secretaria nacional para ambos projetos.
O Workshop teve como foco os instrumentos infravermelhos e
óticos para telescópios de porte médio
e grande. Atenção especial foi dada aos projetos
passíveis de serem realizados com os telescópios
Gemini e SOAR. Foram realizadas apresentações
sobre instrumentação suas possíveis contribuições,
bem como dos intrumentos da próxima geração,
para a ciência em geral. Com estas apresentações,
foi possível delinear tendências para o futuro
do desenvolvimento instrumental em Astronomia no ótico
e no infravermelho. O encontro contou com palestras
convidadas sobre temas de interesse geral, apresentações
orais e posters sobre tópicos de instrumentação
mais específicos bem como a ciência possível
com a nova geração de instrumentos.
O workshop contou com aproximadamente 126 participantes, entre
estudantes de pós-graduação e astrônomos
de todo o Brasil. As palestras convidadas foram proferidas
por cientistas e técnicos do Gemini, além de
cientistas e técnicos brasileiros. Foram apresentados
82 posters e houve 29 comunicações orais.
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