PRESS RELEASE


Viagem dos Componentes Óticos do SOAR


12/12/2003
[Sem embargo]

 

       O Laboratório Nacional de Astrofísica tem o prazer de comunicar que os diversos componentes ópticos do Telescópio SOAR deixaram a fábrica da Goodrich em Dansbury, Connecticut, EUA, começando, assim, sua viagem de quase um mês até atingirem o cume do Cerro Pachón, nos Andes chilenos.

       O Diretor do LNA, Dr. Albert Bruch, comentou que “Devido às especificações rígidas no que se refere à qualidade dos elementos ópticos do telescópio SOAR, principalmente do espelho primário, construir esses componentes foi muito difícil e demorou bem mais do que o previsto. Mas os esforços valeram a pena! A alta qualidade dos espelhos faz que o SOAR esteja entre os melhores telescópios deste porte, talvez até o melhor, do mundo. É por isso que a entrega das partes ópticas pela empresa fabricante para o consórcio SOAR representa uma longamente esperada e importantíssima marca no caminho para a conclusão do telescópio.”

       Indagado sobre as próximas etapas do trabalho, o Dr. Bruch esclareceu que “Agora só falta a integração dos espelhos na estrutura do telescópio, que já foi completada e testada. Toda a comunidade astronômica brasileira aguarda com ansiedade o início das operações do telescópio, prevista para o primeiro semestre do próximo ano, para poder usufruir desse instrumento a fim de realizar mais pesquisas de primeira linha.”

        O Dr. Bruch concluiu dizendo que “O Brasil pode se orgulhar de não somente participar, mas de ser o parceiro majoritário neste empreendimento científico de importância mundial.”

 

       Respostas às perguntas mais freqüentes

1. O que significa a palavra SOAR?

       Esta é a sigla inglesa para SOuthern Astrophysical Research telescope, ou seja, telescópio austral para pesquisas astrofísicas.


2. O que é o Telescópio SOAR?

       Trata-se de consórcio entre o Brasil, a Universidade da Carolina do Norte em Chapel Hill (EUA), a Universidade Estadual de Michigan (EUA) e o National Optical Astronomy Observatory (NOAO, EUA) para a construção e operação de um moderníssimo telescópio para pesquisas astronômicas no óptico e infravermelho.

3. Quais são as partes do telescópio de que trata esta matéria? Para que servirão?

Estamos falando de três espelhos, seus sistemas de suporte, componentes eletrônicos e software de controle dos mesmos.

       O espelho primário, coração do telescópio, tem diâmetro de 4,1m, espessura de apenas 10cm e poder de captação de luz cerca de 350.000 vezes maior que a do olho humano; fabricado com material que pouco se expande ou contrai sob mudanças de temperatura, no entanto, permite que a curvatura de sua superfície possa ser alterada propositalmente para proporcionar foco ótimo durante as observações (“ótica ativa”).

       O sistema do espelho secundário, menor, permitirá manter o alinhamento do tênue feixe de luz dos objetos celestes, bem como compensar os efeitos das mudanças de temperatura ambiente e torções gravitacionais (peso do telescópio quando está inclinado, por exemplo).

O sistema do espelho terciário permitirá dirigir o feixe de luz para qualquer um dos nove instrumentos que estarão em uso junto ao telescópio, bem como estabilizar as imagens astronômicas através da rápida correção dos efeitos de turbulência atmosférica (sistema “tip/tilt”).

4. Por que, afinal, são necessárias tantas correções?

       Ao tirar fotografias, as pessoas até prendem a respiração a fim de não borrar a imagem. Com telescópios terrestres, as coisas não são tão simples...

       Quando o feixe de luz das estrelas, galáxias, enfim, qualquer objeto celeste, passa pela turbulenta atmosfera terrestre, sofre mudanças bruscas na direção de incidência. A imagem de uma estrela no plano focal dos telescópios, deveria ter a aparência de um diminuto círculo, quase um ponto. Ao invés disso, aparece como um borrão que se move rapidamente em torno de uma posição média, sendo ainda composto de fragmentos brilhantes que também se movem entre si, como fagulhas!

       Outro efeito é a vibração do próprio telescópio devida ao vento, à movimentação da cúpula do prédio, micro-tremores de terra e funcionamento dos motores que movimentam o telescópio.

       A fim de compensar esses efeitos prejudiciais e manter o feixe de luz coletado pelo espelho primário sempre na posição desejada, um outro espelho do telescópio é dotado de liberdade de movimento horizontal tanto em na direção “para os lados” (“tip” em inglês) como “para frente e par trás” (“tilt”). A idéia é fazer com que o espelho acompanhe as variações de chegada do feixe de luz, assim como (guardadas as devidas proporções) o jogador de tênis de mesa movimenta a raquete para rebater a bola em qualquer posição para poder enviá-la de volta ao outro jogador.

5. Por que o Brasil precisa deste telescópio?

       A comunidade astronômica brasileira cresce a uma taxa de aproximadamente 10% ao ano. Cada vez mais pesquisadores brasileiros, incluindo as novas gerações, interessam-se por temas de fronteira, cujo estudo requer instrumentação com tecnologia muitas vezes inexistente no momento.

       As instituições de ensino superior e pesquisa em Astronomia contam com, e têm investido no LNA para poder empregar telescópios e instrumentos adequados às suas pesquisas. Em território nacional, o LNA gerencia o Observatório do Pico dos Dias (www.lna.br/opd/opd.html), cujo maior telescópio possui espelho de 1,6m de diâmetro. O LNA gerencia o uso brasileiro dos telescópios de 8m de diâmetro do observatório internacional Gemini, localizados no Chile (Cerro Pachón) e no Havaí (Mauna Kea) (www.lna.br/gemini/gemini.html e www.gemini.edu). Existem muitos projetos que não podem ser realizados nem com o telescópio do OPD e nem com os Gemini; o Telescópio SOAR, com seus 4,2m de diâmetro, vem preencher esta lacuna, de modo que a comunidade astronômica brasileira terá ao seu dispor telescópios de tamanhos diferentes com diversos instrumentos, para os mais variados projetos de pesquisa. Em particular, ainda, o SOAR será extremamente versátil, rápido, de ótica soberba e localizado em local tão privilegiado como os telescópios Gemini.


6. Onde posso encontrar imagens do Telescópio SOAR e seu prédio?

- http://www.noao.edu/image_gallery/html/im0786.html
- http://www.noao.edu/image_gallery/html/im0758.html (e demais imagens deste diretório)
- web sites: www.soartelescope.org e www.lna.br/soar/soar.html
- ftp anônimo do LNA: ftp.lna.br/divulg/soar (leia o arquivo readme_divulg_soar.txt)

7. Onde posso encontrar imagens do Observatório do Pico dos Dias e seus telescópios?
- Ftp anônimo do LNA: ftp.lna.br/users/mabans (leia o arquivo readme_opd.txt)

 
       
  Visite também :
Site Oficial do Telescópio SOAR
Site Oficial Brasileiro do Telescópio SOAR
Galeria de Imagens Institucionais

 






  Última atualização : 22/04/2004
  Contato: mabans@lna.br
  MCT/LNA - Divulgação e Ensino- 2003