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OBSERVATÓRIO  GEMINI

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Observatório Gemini Captura "Perfeição" na Primeira Imagem de Novo Instrumento de Alta Tecnologia

 

02/10/2001
[Sem embargo]

 

NGC 628
Crédito da fotografia: "Observatório Gemini - Equipe do GMOS"
       Após sete anos de projeto e construção, mas apenas duas semanas de comissionamento (período durante o qual um instrumento é testado exaustivamente em condições iguais às de uso e que antecede a liberação do mesmo para a comunidade científica), foi obtida a imagem que representa a "primeira luz'' do GMOS ("Gemini Multi-Object Spectrograph'', que pode ser traduzido como Espectrógrafo Gemini Multiobjeto), novo instrumento de estado-da-arte junto ao Telescópio Gemini Norte, localizado no topo do Mauna Kea, a 4.214 m de altitude, no Havaí. Aí está revelada claramente e com alto grau de detalhe a imagem da grande galáxia NGC 628 (também chamada de Messier 74, ou simplesmente M 74) na constelação de Peixes, conhecida como "A Galáxia Espiral Perfeita'', devido à sua forma quase ideal.

       O GMOS foi projetado primeiramente para estudos espectroscópicos que requerem a obtenção simultânea de várias centenas de espectros, tais como quando se observam aglomerados de estrelas e aglomerados de galáxias. No entanto, tal como esta nova e dramática imagem mostra, o GMOS também é capaz de produzir belas imagens astronômicas com sua enorme matriz de mais de 28 milhões de sensores ultra-sensíveis. A imagem desta galáxia espiral, a primeira luz do GMOS, não deixa dúvidas quanto ao potencial do instrumento quando combinado com o espelho primário de 8,1 m de diâmetro do Telescópio Gemini.

       Visite a página web  para obter imagens de alta resolução em vários formatos e tamanhos.

       Esta imagem de M 74 mostra claramente vários detalhes tais como aglomerados estelares, nuvens de gás e estrias de poeira interestelar. Alguns destes objetos  são similares àqueles que podemos ver a olho nu, com binóculos ou pequenos telescópios em nossa própria galáxia, a Via Láctea, em noites sem Lua. "Ser capaz de distinguir tais detalhes finos em uma galáxia a mais de 30 milhões de anos-luz de distância de forma rotineira é bastante extraordinário e ajuda a dar uma idéia da aparência de nossa galáxia se lá houvesse outro telescópio do tamanho do Gemini apontado para nós!'', disse o Dr. Jean-René Roy, Diretor Associado do Gemini Norte. Estima-se que M 74 contenha cerca de 100 bilhões de estrelas, o que a torna ligeiramente menor que a nossa Via Láctea.

       "Este instrumento coletou dados de primeiríssima qualidade em sua primeira noite de operação científica, com desempenho perfeito ao "sair da embalagem", ou melhor, dos 24 engradados que trouxeram o instrumento do Canadá e Reino Unido até o Havaí.", disse o Dr. Matt Mountain, Diretor do Observatório Gemini. "Este é um testemunho do profissionalismo, planejamento e trabalho de equipe do grupo multinacional de astrônomos e engenheiros do Instituto Herzberg de Astrofísica (HIA, Canadá), do Centro de Tecnologia Astronômica (ATC) e Universidade de Durham (Reino Unido), os quais puderam construir este instrumento e comissioná-lo com sucesso juntamente como nossa equipe aqui em Mauna Kea. Este tipo de esforço multidisciplinar e multinacional representa uma nova e poderosa maneira de fazer astrofísica observacional em nível mundial.", continuou o Dr. Mountain.

       O instrumento foi construído através da colaboração entre o Observatório Gemini, Canadá e Reino Unido ao custo de 5 milhões de dólares. Separadamente, o NOAO (National Optical Astronomy Observatories - Observatórios Nacionais para Astronomia Óptica dos EUA) contribuíram com o desenvolvimento do software para o subsistema do detetor e periféricos.

       Rick Murowinski (HIA, NRC - Conselho Nacional de Pesquisa do Canadá) é o Gerente de Projeto e Engenheiro de Sistemas deste ambicioso projeto desde sua concepção em 1994. Murowinski comentou: "Este tem sido um longo projeto, que contou com o esforço altruísta de muitas pessoas, mas ver este instrumento finalmente instalado no telescópio, vê-lo funcionando correta e imediatamente é realmente maravilhoso! É totalmente justificado que a equipe canadense-britânica que concebeu, projetou e construiu este instrumento esteja bastante orgulhosa do que conseguimos juntos!".

       Espera-se que o GMOS comece o período de operação científica no final deste ano, quando astrônomos dos sete países parceiros começarão a usar o instrumento em uma grande variedade de projetos científicos. "É extremamente excitante ver a ampla gama de observações de primeira linha com o GMOS já escaladas para os próximos meses.", disse o Dra. Inger Jörgensen, astrônoma do Gemini que liderou os esforços de comissionamento do instrumento. Ela acrescentou: "Eu estou altamente interessada nas observações já previstas de aglomerados distantes de galáxias, onde o Gemini é capaz de operar como uma máquina do tempo e olhar para trás no passado e estudar um Universo muito mais jovem que esse que vemos à nossa volta hoje.".

       Dra. Isobel Hook (Reino Unido), que ajudou na obtenção dos primeiros dados espectroscópicos de múltiplos objetos, comentou que "Os primeiros espectros produzidos pelo GMOS foram brilhantes! Quando você combina o GMOS com a resolução do Gemini e seu grande poder de captação de luz, você pode estudar detalhes que de outra maneira seriam perdidos. Uma área na qual eu creio que o instrumento vai exceder as expectativas é o estudo de supernovas, estrelas que explodem em galáxias distantes. Uma vez que possamos  obter espectros destas estrelas, poderemos compreender melhor a aceleração aparente do Universo.".

       Dr. Bob Abraham, da Universidade de Toronto (Canadá), espera com ansiedade usar o GMOS no Gemini Norte. Abraham disse: "Para estudar adequadamente galáxias distantes, um instrumento como o GMOS necessita estar montado em um grande e eficiente telescópio, que proporcione imagens de excelente qualidade; o Gemini é o primeiro telescópio de grande porte totalmente projetado para preencher estes requisitos. GMOS é o instrumento dos sonhos em um telescópio dos sonhos.".

       Prof. Roger Davies, da Universidade de Durham no nordeste da Inglaterra, é o líder da equipe do Reino Unido responsável pelo GMOS. Ele obteve alguns dados científicos para fins de demonstração os quais logo serão liberados para os astrônomos. Para tanto, coletou a luz de galáxias individuais em um longínquo e massivo enxame de galáxias.

       De acordo com Davies, "Pudemos observar estas galáxias tão facilmente como se elas estivessem em nossa vizinhança. Agora usaremos estes esplêndidos dados espectroscópicos para determinar suas massas, tamanhos e composição química, e olhar para trás no tempo para ver como elas evoluíram através da história cósmica. A combinação do tremendo poder de coleta de luz do Gemini e a tecnologia do GMOS permitiram obter dados fenomenais apenas alguns dias após o instrumento ter sido instalado no telescópio. Posso ver que este instrumento vai manter os astrônomos bastante ocupados e felizes por um bom tempo!".  
 



       O Observatório Gemini é uma colaboração internacional que construiu dois telescópios idênticos de 8,1m de diâmetro cada. Os telescópios localizam-se em Mauna Kea, Havaí (Gemini Norte), e Cerro Pachón no Chile central (Gemini Sul), e portanto fornecem total cobertura de ambos hemisférios celestes. Ambos telescópios incorporam novas tecnologias que permitem que seus espelhos, grandes e relativamente finos, os quais estão sob controle ativo, coletem e focalizem tanto a radiação óptica como a infravermelha vinda do espaço. O Gemini Norte já começou as operações científicas e o Gemini Sul deve iniciar as operações científicas no final de 2001.
 

       O Observatório Gemini provê as comunidades astronômicas de cada país com instalações astronômicas de estado-da-arte e distribui o tempo de observação proporcionalmente à contribuição orçamentária de cada país. Além da contribuição financeira, cada país também contribui significativamente com recursos científicos e técnicos. As agências nacionais que formam o consórcio são: National Science Foundation dos EUA (NSF), Particle Physics and Astronomy Research Council do Reino Unido (PPARC), National Research Council do Canadá (NRC), Comisión Nacional de Investigación Científica y Tecnológica do Chile (CONICYT), Research Council da Austrália (ARC), Consejo Nacional de Investigaciones Científicas y Tecnológicas da Argentina (CONICET) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Brasil (CNPq). O Observatório é gerenciado pela Association of Universities for Research in Astronomy, Inc. (AURA) sob contrato de cooperação com a NSF. A NSF também atua como agência executiva do consórcio internacional.
 


 


  Última atualização : 19/09/2003
  Contato: mabans@lna.br
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