Última atualização: 28/10/03 |
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ECOFOC |
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1. Caracterização e Justificativa A evolução do conceito de projeto
óptico bem como da tecnologia óptica atingiu recentemente padrões vertiginosamente
altos, possibilitando os mais avantajados recursos instrumentais para diferentes áreas da
ciência. A fabricação de componentes ópticos por si só atingiu níveis de precisão
bastante consideráveis. Todavia o limite de difração para diferentes sistemas ópticos
esbarram em problemas que não dependem dos componentes ópticos ou do projeto óptico1.
É o caso da turbulência atmosférica que distorce a imagem dos melhores telescópios
terrestres limitando sua capacidade de definição. A turbulência atmosférica ocorre
devido a existência de camadas de ar de diferentes densidades, temperaturas e
consequentemente diferentes índices de refração. Esse efeito obviamente desvia o raio
de luz, deformando as imagens e reduzindo drasticamente a resolução do telescópio2. Uma
maneira de reduzir esse problema foi escolher montanhas altas e com baixas taxas de
umidade do ar para instalar os telescópios. Mesmo essa solução não pode resolver
totalmente o problema e uma solução técnica encontrada foi o desenvolvimento de
sistemas ópticos inteligentes. A óptica adaptativa usa o conceito de analisar a frente
de onda da fonte observada para corrigir os efeitos de turbulência atmosférica. 2 - Metodologia e Estratégia de Ação Vários métodos já foram antes
desenvolvidos para estudar aberrações cromáticas de terceira ordem em frentes de onda.
Todavia praticamente todos esses métodos produzem apenas resultados qualitativos, não
fornecendo portanto o valor das aberrações presentes na frente de onda. Neste projeto
pretendemos medir as alterações de fase das frentes de onda através de um sensor de
Hartmann-Shack composto por um arranjo matricial de microlentes que transforma as
variações de fase da frente de onda em deslocamentos laterais no ponto de focalização
do feixe luminoso. O sensor é composto por uma matriz de microlentes bidimensional e tem
como detetor um CCD colocado no ponto focal destas. Cada microlente amostra um trecho da
frente de onda incidente sobre o sensor e o focaliza em diferentes posições do
CCD. Pela posição dos pontos luminosos formados sobre oCCD pode-se determinar a
inclinação média do trecho da frente de onda amostrada por cada microlente. Primeiro o
sensor deve ser calibrado fazendo-se passar por ele uma frente de onda plana obtida de um
colimador de alta precisão ou de uma fonte pequena localizada muito distante do
sensor.
Subtraindo ponto a ponto as posições dos pontos luminosos formados na imagem de referência e na imagem da frente de onda deformada obtêm-se pequenos deslocamentos D(x) e D(y) que estão relacionados com W(x,y). Pode-se encontrar W(x,y) exprimindo a frente de onda como uma combinação linear dos polinômios de Zernik Z(x,y) segundo a seguinte expressão: W(x,y) = Sak Zk (x,y) (1) O software a ser construído,
deverá trabalhar sobre a análise da expressão (1) utilizando métodos matemáticos
adequados para criar os vetores gradientes que descrevam a frente de onda geometricamente.
A análise da frente de onda será feita para que um espelho deformável, controlados por
atuadores capacitivos, seja realimentado com essa informação. Esse procedimento
visa criar um sistema óptico de caminho semi fechado capaz de autocorrigir a frente de
onda. O caminho óptico semi fechado é obtido por um espelho divisor de feixe o qual
desvia uma pequena porcentagem de luz para o sensor Hartmann-Shack. O experimento,
quando montado para coletar luz de um telescópio é apresentado conforme mostra o
diagrama da figura 3. O controle efetuado sobre o espelho deformável é feito numa
freqüência tal que seja possível corrigir em tempo a distorção causada pela
turbulência atmosférica. O tempo característico da evolução da turbulência determina
o rítimo que se deve efetuar as correções. Estudos mostram que a atmosfera é
razoavelmente estável entre 0,5 e 1 ms.
Esse tipo de
processamento óptico vem sendo utilizado em essência, nos grandes telescópios modernos.
Contudo, apenas muito recentemente tem sido possível aplicar essa idéia em sistemas
ópticos de fixes de pequenos diâmetros. Sistemas como esse tem se tornado viáveis
graças as novas tecnologias de construção de películas flexíveis e espelhadas com
atuadores miniaturizados. Dessa forma é possível melhorar e aumentar o potencial de
telescópios relativamente ineficiente para determinadas observações. 3. Resultados e Impactos Esperados Indicadores de Progresso ao final de cada 6 meses de projeto: Este projeto foi elaborado considerando sua divisão em seis grandes atividades distribuídas ao longo de vinte e quatro meses, cada uma com tempo máximo em múltiplo de 6 meses. São elas:
Dessa forma os indicadores de progresso estão ligados ao percentual do trabalho realizado para cada atividade no final do período correspondente. Em outras palavras, estamos considerando 100% de trabalho realizado para um período completo em cada atividade. O progresso de cada atividade será mostrado pelo desenvolvimento de cada atividade ao longo do tempo, com a apresentação de relatório bimestrais por cada um dos responsáveis. Indicadores de resultados ao final do projeto: Os resultados que pretendemos obter ao finalizar este projeto são basicamente divididos em duas categorias. O primeiro tipo de resultado é bastante prático ou seja, pretendemos apresentar imagens comparativamente melhores que as convencionais sem sistemas de óptica adaptativa. O segundo tipo de resultado que pretendemos obter é a aquisição de conhecimento necessário a elaboração de um projeto de maior envergadura, o qual se culminaria com a construção de um sistema operacional de grande porte. Em ambos os casos os indicadores de resultados será exibido pela adequada publicação de artigos, participação em congressos, pelo menos duas defesas de tese de mestrado e possivelmente acordos de cooperação tecnológica dentro dos consórcios internacionais GEMINI e SOAR. Um dos problemas que o
método levanta é o limite do ângulo isoplanático, isto é, o ângulo para o qual as
correções seriam válidas. Este é bastante pequeno e apenas cobre uma pequena área em
torno da estrela analisada. Em conseqüência desta limitação, o espaço que está ao
nosso alcance utilizando uma estrela padrão pode ser bastante reduzido, pois nem sempre
temos uma estrela suficientemente brilhante perto dos objetos celestes que
pretendemos analisar. A solução deste problema passa pela geração de estrela
artificiais com a possível utilização de lasers. Todavia podemos considerar a
introdução de estrelas artificiais apenas como um estágio mais avançado da óptica
adaptativa. 5. Repercussão e/ou Impactos dos Resultados Ao longo dos últimos anos um grande interesse tem surgido na utilização da óptica adaptativa nas aplicações astronômicas para corrigir as distorções sofridas pela luz ao atravessar a atmosfera terrestre, resultando em uma perspectiva de se atingir qualidade de imagens nos telescópios atingindo até o limite de difração. Trata-se de uma tecnologia relativamente complexa cuja aplicação pode resultar em um significativo salto na qualidade dos dados coletados em telescópios terrestres bem como em outras áreas estratégicas, tais com tecnologia aeroespacial, tecnologia de análise de superfícies óptica e instrumentação oftálmica de precisão. A metodologia a ser utilizada permite realizar experimentos de laboratório e utilizando uma fonte de luz distorcida em situação real no telescópio de 1,60m do OPD, quantificar e controlar um sistema de correção de frente de onda visando a qualificação da equipe para aplicar a tecnologia em instrumentos desenvolvidos no futuro. Esta equipe tem uma considerável experiência em diversas áreas da instrumentação astronômica e a sua qualificação na área da óptica adaptativa significaria um salto na direção de tornar a astronomia brasileira competitiva também nesta área. Considerando que os recursos humanos nesta área são ainda muito incipientes, acreditamos ser esta uma oportunidade muito boa de formar novo capital humano de alto nível, sendo que a expectativa é de que no prazo do projeto pelo menos duas dissertações de mestrado possam estar bem encaminhadas. Apesar de os recursos oferecidos pelo presente edital serem relativamente pequenos para o desenvolvimento de aplicações de porte maior, acreditamos ser esta etapa de capacitação que estamos propondo uma etapa imprescindível para que a astronomia brasileira venha a ter condições para implantar soluções de desenvolvimento instrumental. Não existem outras fontes de recursos para este projeto além desta solicitação e das contrapartidas das instituições envolvidas. O LNA conta com infra-estrutura na área de caracterização óptica e de projeto e construção mecânica em suas oficinas, que consideramos adequados ao tipo das técnicas experimentais que se pretende utilizar e com um corpo de técnicos e pesquisadores que dispõem desde longa data de experiência na caracterização de sistemas opto-mecânicos utilizados na instrumentação astronômica instalada nos telescópios do Observatório do Pico dos Dias. A proposta que ora apresentamos é em cooperação com algumas instituições como IAG/USP. ON/MCT e IF/São Carlos, que notoriamente tem se destacado na comunidade astronômica brasileira no desenvolvimento de instrumentação de alto nível. Temos firme convicção de que a capacitação nesta área venha resultar a médio e longo prazo em aplicações instrumentais competitivas a nível internacional fazendo com que comunidade astronômica nacional continue se destacando no cenário internacional também na área de instrumentação. Finalmente, é interessante salientar a potencialidade de multiplicação científica deste projeto com relação ao fato de que o resultado final possibilitará au mentar a capacidade operacional dos telescópios do OPD. Dessa forma, pesquisas científicas observacionais que eventualmente forem executadas utilizando dos recursos gerados por esse projeto produziram resultados de melhor qualidade para análise. 1 Meinel A. B., Astronomical seeing
and observatory site selection in: 2 Walker G., Seeing, speackles, and
scintillation in: Astronomical 3 Tyson R.K., Wavefront sensing
in: Principles of Adaptive Optics. Academic 4 - Tyson R.K., History and background
in: Principles of Adaptive Optics. 5 Hardy J.W., Adaptive optics in
astronomy in: Adaptive Optics for
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