Última atualização:
13/05/2004


Home

IFU-Eucalyptus – Espectrógrafo de Campo Integral

 

Instrumentos
e Detectores

Manual de Redução de Dados

 

Informações  Gerais

O Espectrógrafo Eucalyptus é um espectrógrafo alimentado por uma Unidade de Campo Integral - IFU. A IFU consiste basicamente de um ducto de fibras ópticas  com uma terminação em fenda e a outra terminação acoplada a uma matriz de microlentes coletoras. Eucalyptus foi montado no LNA, com componentes ópticos fabricados no INAOE – México, baseando-se  no projeto óptico original do Espectrógrafo SPIRAL do AAOAustrália.  A  IFU  que alimenta o Eucalyptus foi construída no  laboratório de óptica do AAO – Austrália por uma equipe de brasileiros e australianos simultaneamente à  IFU-SPIRAL. Todavia, na IFU-Eucalyptus, utilizou pela primeira vez  fibras ópticas com com núcleo de 50 microns de diâmetro. Dessa forma, o conjunto IFU-Eucalyptus foi concebido com base no projeto original IFU-SPIRAL sendo, contudo, inovador quanto ao pequeno diâmetro das fibras. O sistema foi construído para operar na faixa de 350 – 900 nm. 
O projeto IFU-Eucalyptus  foi financiado pela FAPESP através do IAG/USP e também pelo LNA/MCT. O instrumento já está disponível e os projetos  observacionais devem ser  encaminhadas  à Comissão de Programas.

Informações Técnicas

As fibras ópticas utilizadas são da Polymicro, e são do tipo “blue fibers” pelo fato de terem uma curva de transmissão otimizada para a região azul do espectro visível (Fig. 1).  As fibras  possuem as seguintes características: núcleo = 50 microns, cladding = 60 microns, buffer polyamide = 75 microns e buffer acrylate = 200 microns.

O ducto das fibras abriga 512 fibras ópticas em 16 grupos de 32. Cada grupo de  32 fibras é alojado dentro de um fino tubo flexível e os 16 grupos (Fig. 2) são alojados dentro de um tubo do tipo conduíte flexível anelar de aço de 12 metros.

A terminação de entrada do ducto  utiliza uma matriz de microlentes ( Fig. 3) de 16 linhas por 32 colunas de forma que cada grupo de 32 fibras perfaz uma linha completa do arranjo. Por outro lado, a terminação de saída  compõe-se de 16 blocos alinhados lado a lado em cujo topo de cada bloco são alinhadas 32 fibras. Dessa forma, os 16 blocos perfazem o total de 512 fibras que formam a fenda iluminada (figura 4).
A fore-optics é um sistema óptico de acoplamento entre o telescópio de 1,6 m e a matriz de microlentes da IFU (Fig. 5). Ela foi projetada para trabalhar com uma amostragem de 0,93 segundos de arco por microlente. Em outras palavras, a fore-optics foi projetada de modo a garantir uma resolução espacial de 0,93 segundos por microlente, o que resulta num campo observacional total de 15 x 30 segundos de arco.

A terminação de saída da IFU é acoplada à entrada do espectrógrafo Eucalyptus conforme mostra a Fig. 6. O espectrógrafo é do tipo quasi Littrow e foi projetado para aceitar feixes de luz de até  F/4,8  provenientes das fibras que compõem a fenda . Com isso, a perda por degradação focal situa-se na faixa de 20 a 30%, o que é tido como bom resultado se levarmos em conta o fato de que estamos trabalhando com fibras ópticas com núcleo de diâmetro muito pequeno (Fig. 7). O Eucalyptus (Fig. 8) trabalha com feixe colimado numa distância total de 150 mm e compartilha as redes de difração do espectrografo Coudé do OPD.  

 

Outras informações

Está prevista a colocação de um coating tipo sol-gel em todos os componentes ópticos do espectrógrafo, o qual é capaz de minimizar as perdas por reflexão nas superfícies ópticas dentro da faixa espectral entre 350 nm e 900 nm. O coating sol-gel requer um coating- base do tipo  fluoreto de magnésio.
O CCD utilizado é de 4 x 2k pixels, que permite cobrir toda a extensão da fenda.
Procedimentos para redução de dados, por métodos convencionais, podem ser utilizados com algum sucesso. Conta-se atualmente com um programa  específico para redução de dados  baseado no IRAF.