2.1. |
Identificação do programa governamental e/ou das
ações administrativas do plano de ação do período de que trata
as contas
O LNA desenvolve no âmbito do Plano Plurianual 2004-2007 as
seguintes ações:
- Ação 0803 Participação Brasileira na Utilização de
Telescópios Internacionais
- Ação 4126 Desenvolvimento de Conhecimentos no Campo da
Astrofísica
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2.2. |
Descrição do programa, projeto/atividade
ou ação administrativa em termos do objetivo geral, dos objetivos
específicos e dos beneficiários
Conforme sua missão o LNA, uma das unidades de pesquisa do
Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT), é o principal
fornecedor de meios observacionais para a realização de pesquisa
astronômica no Brasil, atendendo toda a comunidade de pesquisadores
na área da astronomia no país.
(http://old.lna.br/lna/lna_hist.html). Neste contexto, desenvolve as
seguintes atividades:
- Ação 0803: No âmbito dessa ação o LNA gerencia a
participação brasileira em dois observatórios internacionais,
o Gemini e o SOAR.
O Observatório Gemini é operado por um consórcio de 7
países: Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, Chile, Estados
Unidos e Grã Bretanha. O Gemini (ou seja, gêmeos) consiste de
dois telescópios semelhantes, com espelhos de 8,1m de
diâmetro, instalados em sítios de excepcional qualidade em
cada hemisfério da terra: O Gemini Norte, no vulcão extinto
Mauna Kea (4220m) no Havaí, e o Gemini Sul, em Cerro Pachón
(2720m) no Chile. As diversas inovações tecnológicas do
projeto tornou possível a construção de telescópios
gigantes, com imagens que rivalizam às do telescópio espacial.
Assim, operam com ótica ativa e adaptativa que corrigem desde
deformações mecânicas e térmicas do espelho do telescópio
até perturbações atmosféricas. Os telescópios estão entre
os instrumentos astronômicos maiores, mais modernos e mais
competitivos do mundo. Todos os astrônomos brasileiros tem
acesso ao Observatório Gemini para realizar pesquisas de ponta
que não possam ser executadas com telescópios menores.
O Telescópio SOAR (Southern Astronomical Research Telescope)
foi inaugurado em 2004 e encontra-se atualmente na fase de
comissionamento. Ainda não iniciou suas operações rotineiras.
Trata-se de um telescópio com espelho principal de 4,1 m de
diâmetro e de tecnologia avançada, localizado nos Andes
Chilenos, ao lado do Gemini Sul. Além do Brasil, são parceiros
para a sua construção e operação as instituições dos
Estados Unidos: University of North Carolina, Michigan State
University e o National Optical Astronomy Observatories.
Prevê-se que, devido à qualidade excepcional dos seus
componentes óticos, o SOAR será mundialmente o melhor
telescópio na sua classe, o que o torna altamente competitivo.
Também neste caso, o telescópio estará disponível para as
pesquisas de todos os astrônomos brasileiros. Sendo que a
participação brasileira no SOAR é significativamente maior do
que no Gemini (o Brasil é o parceiro majoritário no consórcio
SOAR) o telescópio fica mais tempo em disponibilidade dos
pesquisadores brasileiros. Portanto, o SOAR se tornará o meio
observacional mais importante para a comunidade astronômica
nacional. O LNA, como responsável pelo SOAR no âmbito
nacional, também está ativamente envolvido, em colaboração
com demais instituições brasileiras, no desenvolvimento de
instrumentação periférica de ponta para o SOAR.
A participação brasileira nos telescópios internacionais tem
como objetivo fornecer aos astrônomos brasileiros acesso
garantido, contratualmente, a recursos observacionais
competitivos e de grande porte. Sendo que o único observatório
astronômico para pesquisa geral em solo brasileiro, o
Observatório do Pico dos Dias (também gerenciado pelo LNA;
veja abaixo), não pode satisfazer a crescente demanda da
comunidade científica, o acesso aos observatórios
internacionais é de importância crucial para manter o alto
nível da pesquisa astronômica atingido pelos astrônomos
brasileiros nas últimas décadas. Ressalta-se que o LNA,
através do gerenciamento de todos os aspectos referentes a
participação do Brasil no Gemini e SOAR, presta serviços a
toda a comunidade astronômica nacional, em conformidade com sua
missão (Planejar, prover e operar os meios e a infra-estrutura
para fomentar, de forma cooperada, a astronomia observacional
brasileira). Portanto, os usuários dos observatórios, que são
os beneficiários diretos da ação 0803 do PPA, não são os
pesquisadores do LNA, mas os astrônomos do Brasil inteiro.
- Ação 4126: Essa ação refere-se ao gerenciamento da
sede do LNA e a operação do Observatório do Pico dos Dias –
OPD.
A sede do LNA está localizada em Itajubá – MG. Alí estão
concentradas a Diretoria, a Coordenação de Administração, a
Coordenação de Apoio Científico (responsável pela
interação entre a comunidade astronômica nacional e os
observatórios sob responsabilidade do LNA), e a Coordenação
de Tecnologia (responsável pelo desenvolvimento de
instrumentação para os telescópios do LNA, sendo que parte
dessas atividades foi transferida para o OPD por falta de
espaço no edifício sede). Além disso, a sede do LNA abriga
uma das mais completas bibliotecas astronômicas no Brasil.
O Observatório do Pico dos Dias – OPD, localizado na cidade
de Brazópolis, MG, a 1860m de altitude, dispõe do maior
telescópio ótico (diâmetro do espelho principal: 1,6 m) em
território nacional. O OPD opera também dois outros
telescópios com espelho de 60cm de diâmetro. Em 2004 foi
instalado um telescópio com abertura de 40 cm, que será
operado em modo robótico. Porém, esse instrumento ainda não
está plenamente operacional. Para a proteção do ambiente
observacional do OPD foi formado um campus de 350 ha, onde se
preserva mata secundária tropical de altitude que serve de
refúgio para diversas espécies de animais. O OPD é, pois, um
singular local de trabalho, recebendo pesquisadores de todas as
partes do país e do exterior, com equipes técnicas revezando
durante 24 horas, todos os dias do ano, onde segurança,
comunicação e conforto são preocupações constantes,
refletidas no padrão da infra-estrutura de apoio,
laboratórios, oficinas, suporte computacional, pequena
biblioteca, auditório, salas de leitura, alojamentos,
refeitório, cozinha, lavanderia, etc. Possui o maior acervo de
recursos instrumentais do país em Astrofísica ótica, estando
à disposição dos usuários do OPD vários instrumentos
periféricos (espectrógrafos, fotômetros, câmaras de imagens,
etc). A principal clientela do LNA é formada por integrantes
dos programas de Pós-Graduação em Física/Astronomia no
Brasil: pesquisadores e estudantes de astronomia e astrofísica
das universidades e demais instituições de pesquisa
brasileiras, que utilizam a infra-estrutura do OPD para
colecionar dados científicos, para depois analisá-los e
publicar os resultados.
Historicamente, o OPD foi o primeiro observatório astrofísico
competitivo em termos internacionais, acessível a todos os
astrônomos brasileiros. Teve (e ainda tem) um papel
importantíssimo para o desenvolvimento da pesquisa brasileira
no Brasil e para a formação de recursos humanos na área. O
objetivo do LNA, bem resumido na sua missão, já citada acima,
se define como prestação de serviços à comunidade
astronômica. O OPD apresenta uma ferramenta fundamental
(historicamente a primeira, depois completada pelos
observatórios Gemini e SOAR) para atingir essa finalidade.
Novamente, os beneficiários imediatos da ação são todos os
astrônomos observacionais do Brasil.
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2.3. |
Indicadores utilizados para avaliar o desempenho
do programa, projeto/atividade ou ação administrativa
- Ação 0803
A ação engloba todas as atividades referentes ao Observatório
Gemini e ao telescópio SOAR. Informações gerais sobre esses
projetos já encontram-se na primeira parte deste documento.
Situação Atual: O Gemini está operacional e funciona
normalmente. O SOAR foi inaugurado oficialmente em 17 de abril
de 2004. O início das operações científico estava previsto
para logo depois. Porém, durante a fase de comissionamento do
telescópio surgiram vários problemas técnicos, os mais
sérios dos quais exigem a refabricação de certas peças
importantes. Esses trabalhos foram iniciados imediatamente, mas
implicam em um atraso no começo das observações astronômicas
com o SOAR. Atualmente as primeiras observações científicas
estão previstas para abril de 2005, com o início das
operações rotineiras no segundo semestre do ano.
Resultados Esperados e Obtidos: A melhor forma de avaliar
os resultados da ação é através da produção científica
baseada na utilização de dados obtidos nos observatórios
Gemini e SOAR, quantificada através do número de artigos
científicos publicados e de teses e dissertações defendidas.
Considerando o curto tempo desde o início das operações dos
telescópios Gemini e a defasagem entre as observações
astronômicas e a publicação dos resultados, o número de
publicações com dados do Gemini que chegaram ao conhecimento
do LNA ainda é limitado:
- 9 artigos em revistas arbitradas
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- 6 artigos baseados em dados do Gemini obtidos
durante o tempo brasileiro
-
2 artigos baseados em dados do telescópio Keck,
obtidos no âmbito de um convênio entre o Keck e o
Gemini, onerando o tempo brasileiro no Gemini
-
1 artigo baseado em dados do Gemini obtidos durante a
fase de “Science Verification” (sem onerar o tempo
brasileiro no Gemini)
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-
4 artigos completos baseados em dados do Gemini obtidos durante
o tempo brasileiro
-
4 resumos baseados em dados do Gemini obtidos durante o tempo
brasileiro
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-
2 teses de doutorado baseados em dados do Gemini obtidos durante
o tempo brasileiro
-
1 dissertação de mestrado baseada em dados do Gemini obtidos
durante o tempo brasileiro
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Os números apresentam limites inferiores considerando que,
apesar dos esforços do LNA em manter um histórico de toda
produção científica baseada em dados colecionados no Gemini,
os usuários nem sempre informam o LNA sobre as publicações.
Devido ao fato de que o telescópio SOAR ainda não entrou na
fase operacional, evidentemente não existem ainda publicações
baseadas em dados obtidos com esse instrumento.
Frente a essa situação, nesta fase inicial das operações do
Gemini, e até que o SOAR entre em operações rotineiras,
contam-se, no âmbito do PPA, como "Produtos" da
ação não o número de publicações, teses e dissertações,
mas as horas de observações efetuadas nos telescópios.
Ressaltamos que neste sentido o "produto programado"
sempre será maior do que o "produto realizado " por
motivos fora da governabilidade do LNA, tais como condições
metereológicas desfavoráveis que impedem as observações.
Restrições e Providências: As graves restrições financeiras
do ano passado (o Brasil enfrentou um alto déficit no que se
refere a suas contribuições finaneiras para a operação dos
telescópios), que ainda não foram inteiramente solucionadas no
início de 2004, finalmente foram resolvidas. No final de 2004,
pela primeira vez na história dos observatórios, o Brasil não
teve dívidas com Gemini ou SOAR.
Portanto, as únicas restrições remanescentes neste instante
referem-se aos problemas técnicos com o SOAR, aludidos acima. O
problema mais grave tem a ver com a célula do espelho primário
do SOAR e impede que o espelho mantenha sua forma ideal por
períodos extensos. Portanto, não é possível executar
exposições prolongadas, pois a qualidade de imagem começa a
deteriorar após cerca de 15 minutos de exposição. A solução
definitiva implica no desenvolvimento e na construção de
suportes que fixam o espelho na sua célula. O desenvolvimento e
a fabricação dessas peças foram iniciados. Surgiram ainda
outros problemas, que foram resolvidos ou definitivamente ou
provisoriamente, aguardando, neste caso, uma solução
definitiva numa época mais conveniente. Todos os problemas
devem-se ultimamente a erros de fornecedores de componentes do
telescópio.
Produto da ação Programado vs. Realizado: Conforme exposto
acima, considera-se, por enquanto, como produto da ação, o
número de horas de observações nos telescópios Gemini e
SOAR. Em 2004 estes números apresentam-se como se segue:
Programado: 98 horas
Realizado: 48,5 horas
O número de horas de observações programadas é
necessariamente um limite superior porque, devido às
condições metereológicas desfavoráveis, observações
astronômicas são impossíveis durante uma fração
imprevisível do tempo. Portanto, o número de horas de
observações realizadas sempre será menor do que o programado.
Os números dos últimos anos (desde o início das operações
do Gemini), corrigidos por esse efeito, somente disponíveis a
posteriori, demonstram que, na média, o Brasil recebeu o tempo
de telescópio conforme a fração da sua participação no
observatório.
O LNA somente tem acesso às informações sobre o número de
horas de observações realizadas para o Brasil no telescópios
Gemini com certa defasagem. Portanto, não dispõe sobre os
números atuais. A informação completa somente estará
disponível após o final do semestre operacional do Gemini, que
não coincide com o semestre do calendário civil.
A ação engloba todas as atividades referentes ao Observatório
do Pico dos Dias - OPD e às demais atividades do LNA que não
tem relação com o Gemini e SOAR.
Situação Atual: As operações do OPD ocorrem normalmente,
conforme as previsões.
Resultados Esperados e Obtidos: A melhor forma de avaliar os
resultados da ação é através da produção científica
baseada na utilização da infra-estrutura fornecida pelo OPD,
quantificada através do número de artigos científicos
publicados, e de teses e dissertações defendidas. No ano de
2004 chegaram ao conhecimento do LNA 16 publicações em
revistas indexadas, 3 teses de doutorado e 3 dissertações de
mestrado. Os números apresentam limites inferiores considerando
que o informe da publicação de artigos baseados em dados do
OPD (ou da defesa de teses e dissertações) chega ao LNA com
defasagem, e considerando que, apesar dos esforços do LNA em
manter um histórico de toda produção científica baseada em
dados colecionados no OPD, os usuários nem sempre informam ao
LNA sobre as publicações.
Produto da ação Programado vs. Realizado: Conforme exposto
acima, considera-se como produto da ação o número de
publicações com dados do OPD em revistas indexadas, teses de
doutoramento e dissertações de mestrado. Em 2003 estes
números apresentavam-se como se seguem:
Programado: 18
Realizado: 22
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2.4 |
.Metas físicas e financeiras previstas na Lei
Orçamentária e/ou pactuadas com o supervisor ministerial para o
período sob exame nas contas.
(A resposta está embutida no item anterior) |
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