Sobre o Laboratório Nacional de Astrofísica - LNA
O LNA é o principal fornecedor de meios observacionais para a
realização de pesquisa em astronomia no Brasil. É uma das unidades de
pesquisa do Ministério de Ciência e Tecnologia (MCT). A sua missão
básica é fornecer à comunidade astronômica brasileira a
infra-estrutura e os meios para a pesquisa competitiva em astronomia
observacional (http://old.lna.br/lna/lna_hist.html). Com sede em Itajubá,
no Sul de Minas, o LNA é responsável pelo gerenciamento do maior
observatório astronômico em solo brasileiro, e pela participação em
dois projetos internacionais de grande porte:
- O Observatório do Pico dos Dias - OPD (Fig. 1), localizado
na cidade de Brazópolis, MG, a 1860m de altitude, dispõe do maior
telescópio ótico (diâmetro do espelho principal: 1,6 m) em
território nacional. O OPD opera também dois outros telescópios com
espelho de 60cm de diâmetro. Para a proteção do ambiente
observacional do OPD foi formado um campus de 350 ha, onde se preserva
mata secundária tropical de altitude que serve de refúgio para
diversas espécies de animais. O OPD é, pois, um singular local de
trabalho, recebendo pesquisadores de todas as partes do país e do
exterior, com equipes técnicas revezando durante 24 horas, todos os
dias do ano, onde segurança, comunicação e conforto são
preocupações constantes, refletidas no padrão da infra-estrutura de
apoio, laboratórios, oficinas, suporte computacional, pequena
biblioteca, auditório, salas de leitura, alojamentos, refeitório,
cozinha, lavanderia, etc. Possui o maior acervo de recursos
instrumentais do país em Astrofísica ótica, estando à disposição
dos usuários do OPD vários instrumentos periféricos
(espectrógrafos, fotômetros, câmaras de imagens, etc). A principal
clientela do LNA é formada pelos integrantes dos programas de
Pós-Graduação em Física/Astronomia no Brasil: pesquisadores e
estudantes de astronomia e astrofísica das universidades e demais
instituições de pesquisa brasileiras, que utilizam a infra-estrutura
do OPD para colecionar dados científicos, para depois analisá-los e
publicar os resultados.
- O Observatório Gemini (Fig. 2) é operado por um consórcio
de 7 países: Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, Chile, Estados
Unidos e Grã Bretanha. O Gemini (ou seja, gêmeos) consiste de dois
telescópios semelhantes, com espelhos de 8,1m de diâmetro,
instalados em sítios de excepcional qualidade em cada hemisfério da
terra. O Gemini Norte, no vulcão extinto Mauna Kea (4220m) no Havaí,
e o Gemini Sul, em Cerro Pachón (2720m) no Chile. As diversas
inovações tecnológicas do projeto tornou possível a construção
de telescópios gigantes, com imagens que rivalizam às do telescópio
espacial. Assim operam com ótica ativa e adaptativa que corrigem
desde deformações mecânicas e térmicas do espelho do telescópio
até perturbações atmosféricas. Os telescópios estão entre os
instrumentos astronômicos maiores, mais modernos e mais competitivos
do mundo. Da mesma forma como no OPD, todos os astrônomos brasileiros
tem acesso ao Observatório Gemini para realizar pesquisas de ponta
que não possam ser executadas com telescópios menores.
- O Telescópio SOAR (Southern Astronomical Research Telescope;
Fig. 3) encontra-se atualmente na última fase da sua construção.
Trata-se de um telescópio com espelho principal de 4,1 m de diâmetro
e de tecnologia avançada, que está sendo instalado nos Andes
Chilenos, ao lado do Gemini Sul. Além do Brasil, são parceiros para
a sua construção e operação as instituições dos Estados Unidos:
University of North Carolina, Michigan State University e o National
Optical Astronomy Observatories. Prevê-se que, devido à qualidade
excepcional dos seus componentes óticos, o SOAR será mundialmente o
melhor telescópio na sua classe, o que o torna altamente competitivo.
Também neste caso, o telescópio estará disponível para as
pesquisas de todos os astrônomos brasileiros. Sendo que a
participação brasileira no SOAR é significativamente maior do que
no Gemini - a Brasil é o parceiro majoritário no consórcio SOAR - o
telescópio fica mais tempo em disponibilidade dos pesquisadores
brasileiros. Portanto, o SOAR se tornará o meio observacional mais
importante para a comunidade astronômica nacional. O LNA, como
responsável pelo SOAR no âmbito nacional, também está ativamente
envolvido, em colaboração com demais instituições brasileiras, no
desenvolvimento de instrumentação periférica de ponta para o SOAR.

Fig. 1: Observatório do Pico dos Dias - Brazópolis -MG - Brasil

Fig. 2: Telescópio Gemini Norte, Mauna Kea, Havaí
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Fig. 3: Telescópio
SOAR - Cerro Pachón Chile
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Fig. 4: Organograma do LNA
A figura 4 mostra o organograma do LNA. O Conselho Técnico e
Científico representa o órgão superior que supervisiona as atividades
do LNA. O CTC é composto essencialmente por representantes dos programas
de pós-graduação na área de astronomia do país inteiro; portanto, por
representantes dos usuários do LNA. As Comissões de Programas,
escolhidas pelo CTC, são constituídas por pesquisadores destacados em
suas áreas. Tais Comissões decidem sobre os projetos que utilizarão os
telescópios.
Internamente, o LNA é composto por:
- Diretoria, responsável pela coordenação de todas as atividades do
LNA;
- Coordenação da Administração, responsável pela contabilidade,
licitações, compras, recursos humanos etc., e pelo suporte logístico do
OPD;
- Coordenação de Apoio científico, responsável, entre outros,
pela caracterização de instrumentos, consultas das demais Coordenações
em questões astronômicas, apoio aos usuários dos telescópios sob
responsabilidade do LNA, etc.;
- Coordenação de Tecnologia, responsável pela construção de
novos instrumentos e melhoramentos de instrumentos existentes, etc.;
- Coordenação do OPD, responsável pela operação e manutenção
dos telescópios do OPD.
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